
Em algumas tradições espirituais africanas, especialmente entre povos que influenciaram as religiões de matriz africana nas Américas, a Lua é cultuada como uma poderosa divindade feminina ou andrógina – um Orixá que representa o mistério, a transformação, o ciclo da vida e a sabedoria ancestral.
Orixá Lua nĂŁo Ă© amplamente conhecido no CandomblĂ© tradicional nagĂ´, mas Ă© reverenciado em regiões e linhagens especĂficas de matriz Jeje, Bantu e outras tradições africanas, onde os astros e fenĂ´menos naturais sĂŁo tambĂ©m personificados como forças divinas.
Essa divindade está ligada aos ciclos femininos, Ă fertilidade, aos sonhos, Ă s marĂ©s e aos encantamentos. A Lua rege os caminhos silenciosos, a força oculta que age na escuridĂŁo com sabedoria, proteção e estratĂ©gia. É a senhora do tempo invisĂvel e das fases que moldam a natureza e o destino humano.
Sob seu manto prateado, as sacerdotisas e sacerdotes se conectam com o poder da intuição, com os portais espirituais que se abrem à noite, e com os segredos que apenas os olhos espirituais podem enxergar.
Cultuar o Orixá Lua Ă© honrar o sagrado feminino e o equilĂbrio entre luz e sombra. É reconhecer que o poder nĂŁo grita — ele brilha suavemente nas madrugadas, guia os passos dos viajantes noturnos e protege os filhos e filhas de axĂ© em seus momentos de recolhimento e transformação.
🌑 Ela é o silêncio que fala.
É a sombra que guarda.
É o ciclo que retorna.
É o poder oculto do universo.