Reginaldo Lustosa

Terecô é a denominação de uma das religiões afro-brasileiras da cidades de Codó e Bacabal no Maranhão, e Teresina no Piauí. Também é chamado de Encantaria de Bárbara Soeira, Tambor da Mata ou simplesmente Mata.

Embora alguns de seus elementos identificados como jejes e nagôs, o Terecô possui sua identidade mais atrelada à cultura banto (Angola e Cambinda), tendo como língua ritual é o português. Encontra-se integrado ao Tambor de Mina e à Umbanda, absorvendo os elementos da Encantaria (“encantados da linha da mata”).

A origem do termo poderia ser banta, derivando a de “intelecô” e teria o mesmo significado que Candomblé. Já se acreditou que poderia ter se originado da imitação do som dos tambores da Mata. O Terecô teria se originado de práticas religiosas de antigos escravizados que viviam nas fazendas de algodão de Codó e em suas redondezas, nas matas de coco (babaçu), na bacia do rio Itapecuru, ate o início da prática na zona urbana às margens da Lagoa do Pajeleiro, nas primeiras década do século XX. Os sacerdotes desempenham funções de rezadores e curandeiros, tipificados de origem indígena, cultuam cablocos,e integram elementos de tradição religiosas africanas. Muitos terecozeiros ficaram famosos por trabalhos de magia, inclusive tendo políticos como clientes, como pai-de-santo Bita do Barão. Estima-se que Codó tenha cerca de 300 terreiros de Terecô e Umbanda, o que lhe rendeu a fama nacional de capital da magia.

O terreiro é o espaço (privado) aberto em frente ou ao lado da casa, destinado a realização de danças ao ar livre, em oposição a rua e salão. Algumas das entidades são a Seu Légua Boji, Pedro Angassu, Rei Cacamador, Tói Averequete, Tói Jagorobossú, Nochê Sobô Babadi, Tói Zomadônu, Seu João da Mata, e Colimaneiro de Amaceda. Embora no Terecô sejam cultuados voduns africanos jeje-nagô do Tambor de Mina da capital, os transes ocorrem principalmente com “voduns da Mata”

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