POMBAGIRA / PAMBU NJILA

Ao longo da história do #Candomblé no #Brasil, as tradições da Nação Angola têm enfrentado um desafio constante: o apagamento e a desvalorização de sua rica herança cultural e espiritual.

Originária dos povos Bantu, que foram os primeiros a serem escravizados e trazidos ao Brasil, a Nação Angola é um pilar fundamental das religiões de matriz africana no país. Infelizmente, práticas equivocadas ainda são comuns, como o uso indevido de cantigas sagradas de Pambu Njila para saudar Exus Catiços, especialmente em terreiros de Sergipe. Essa confusão não só é um erro grave, mas também perpetua a invisibilização das tradições angolanas.

É crucial entender que Pambu Njila não é Exu Catiço; trata-se de uma divindade com significados e práticas próprias, e essa distinção deve ser respeitada para preservar a integridade cultural do Candomblé. Um exemplo recente dessa falta de compreensão ocorreu quando uma irmã de santo viu uma postagem que cultuava #Pombagira com uma cantiga de Pambu Njila.

A pessoa que fez a postagem, ao ser corrigida, demonstrou desconhecimento ao afirmar que “Pambu Njila era Pombagira em espanhol”. Esse tipo de equívoco é um reflexo direto da marginalização histórica das tradições Bantu no Brasil. Com o acesso cada vez maior ao conhecimento, seja digital ou intelectual, é imperativo que sacerdotes e sacerdotisas revisitem e corrijam suas práticas.

Utilizar elementos de uma tradição para representar figuras de outra é uma postura que não se justifica mais e que contribui para a invisibilização e desrespeito das raízes Bantu e do Candomblé de #Angola. Os terreiros de Angola devem se posicionar firmemente para reivindicar suas raízes, educar e proteger suas tradições. Honrar o legado do povo Bantu significa também afirmar a identidade de Pambu Njila, defendendo essa verdade como um ato de resistência e respeito à ancestralidade.

Práticas respeitosas no Candomblé de Angola incluem rituais como o Kukuana, que simboliza a fartura, e o Massangá, um ritual de batismo com água doce. Esses e outros rituais são essenciais para a manutenção da vida e da cultura dentro da comunidade, celebrando eventos importantes e evocando os Nkisi com devida reverência.

Nzambe Ua Kuatesa.

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