O Terecô é a denominação de uma das religiões afro-brasileiras das cidades de Codó e Bacabal no Maranhão, e Teresina no Piauí. Também é chamado de Encantaria de Bárbara Soeira, Tambor da Mata ou simplesmente Mata. Embora alguns de seus elementos sejam identificados como jejes e nagôs, o Terecô possui sua identidade mais atrelada à cultura banto (Angola e Cambinda), tendo como língua ritual o português. Encontra-se integrado ao Tambor de Mina e à Umbanda, absorvendo os elementos da Encantaria (“encantados da linha da mata”).
O Terecô teria se originado de práticas religiosas de antigos escravizados que viviam nas fazendas de algodão de Codó e em suas redondezas, nas matas de coco (babaçu), na bacia do rio Itapecuru, até o início da prática na zona urbana às margens da Lagoa do Pajeleiro, nas primeiras décadas do século XX.
A Encantaria é uma forma de manifestação espiritual e religiosa afro-ameríndia, praticada sobretudo no Piauí, Bahia, Maranhão e Pará. Pode estar associada a diversas religiões presentes nesses estados, como a Pajelança ou Cura, o Terecô (Mata ou Encantaria de Maria Bárbara Soeira), o Babaçuê e o Tambor de Mina.
Diferente da Umbanda, na qual as entidades são espíritos de índios, africanos, etc, que desencarnaram e hoje trabalham individualmente (geralmente usando nomes fictícios), na Encantaria, os encantados não são necessariamente de origem afro-brasileira e não morreram, e sim, se “encantaram”, ou seja, desapareceram misteriosamente, tornaram-se invisíveis ou se transformaram em um animal, planta, pedra, ou até mesmo em seres mitológicos e do folclore brasileiro como sereias, botos e curupiras.
Na Encantaria, as entidades estão agrupadas em famílias e possuem nome, sobrenome e geralmente sabem contar a sua história de quando viveram na terra antes de se encantarem. Encantaria também pode se referir aos lugares onde tais entidades vivem.
A Lavagem das Escadarias da Igreja São Benedito é realizada todos os anos no mês de novembro, integrantes de vários terreiros de Umbanda, Candomblé e Tambor de Mina, fazem o ritual de lavagem das escadarias da Igreja São Benedito no centro de Teresina.
A igreja foi escolhida por ter um belo adro com cruzeiro e escadarias, além de ser bem centralizada tendo bastante visibilidade, tendo sido construída por mão de obra escrava, e por fim, pelo fato de São Benedito ser o padroeiro dos negros.
A lavagem das escadarias da Igreja São Benedito em Teresina geralmente faz parte da programação em comemoração ao Dia da Consciência Negra.
A Festa de Iemanjá em Teresina é realizada todos os anos em fevereiro, vários fiéis ocupam o antigo cais do Rio Parnaíba no centro de Teresina, levando velas azuis, flores brancas, água de cheiro e outros presentes para agradar Iemanjá, tida como a Mãe d’água (folclore) pelos cultos afro-brasileiros.
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